terça-feira, 17 de abril de 2007

O diálogo dos sofistas modernos

Uma aula chata de direito penal serviu de mote pra que eu começasse a discutir valores e moral com um colega...eis a brilhante conclusão a que chegamos:


Leonardo: É...parece que nós estamos ficando mesmo cada vez mais relativistas, Paolo...
Paulo Victor: Ah, Lío...depende...

sexta-feira, 13 de abril de 2007

"É a vida..." ?!?




Pessoas são muito complicadas. Pensam no que os outros vão pensar a respeito de suas atitudes, ficam tentando demonstrar a todos que estão sempre certas, além de se pautar em termos de passado e futuro, o que é um absurdo se pararmos para pensar que nem um nem outro existem na realidade.

Assim, muitas vezes vão deixar de fazer o que querem e tentar impor sua visão ao outro. Tentam manter uma pose, mas é impossível desempenhar um papel por muito tempo. Invariavelmente acabam (se) decepcionando.

É isso aí. Como já nos ensinavam os Antigos, o Outro se voltará contra nós, caso não O aceitemos.

E depois disso tudo, ainda vai ter alguém para olhar e suspirar: “É a vida...”

A vida? A vida não é coisa alguma. Simplesmente aparenta ser alguma coisa pra você. A vida em si não existe, portanto creio que não devemos perder nosso tempo pensando nela. Só o fato de estar vivo já é algo grandioso demais para se perder tempo fazendo formulações a respeito.

No momento estou fisicamente cansado, então outro dia eu elaboro melhor meu pensamento. Só insisti em escrever agora porque finalmente tenho a impressão de conseguir superar essas preocupações. Estou me tornando alguém extremamente simples no modo de encarar a “vida” e as pessoas. E, conseqüentemente, parece que quanto mais simples me torno, melhor passo a enxergar o quão risíveis são as complicações das pessoas. As (complicações e pessoas) que me restam, inclusive.

Notas ao rodapé: Imagens: 1- Bela Lugosi’s Dead (Bauhaus) Ex http://www.youtube.com/watch?v=zq7xyjU-jsU ... não há um porquê especial para ter escolhido esta imagem para este post, apenas gosto dela...aliás, o que mais percebo ultimamente é que muita coisa não tem nenhum tipo de motivo. E buscar um motivo onde não há gera tremenda angústia.

2- Dionísio, deus grego a quem fiz referência no texto. Seu perfil é mais oriental do que propriamente grego, daí ele ser o Outro, isto é, o diferente. Vale lembrar que só se pode ter consciência de si mesmo a partir do momento em que se tem consciência da existência do Outro, exterior a si mesmo (é o tipo de raciocínio em que um é pelo outro). Além do mais, ele tem uma imagem desencanada, na exata medida do que quero expressar, haha. Ex http://www.helderdarocha.com.br/blog/2004/12/dionsio-o-deus-persa-da-guerra_03.html

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Escrito nas estrelas




Sorte de hoje: Sua mente é criativa, original e perspicaz



Obrigado por alimentar meu ego sedento de areté!


Não sei o porquê, mas astrologia tem sido um tema recorrente nas minhas conversas nos últimos dias.
Seja nos papos sobre o horóscopo irreverente do Chantecler na piauí, seja discutindo a crença em Destino ou algo do tipo (coisa em que não acredito, diga-se de passagem)...O inusitado chega ao ponto de até um professor indagar meu signo (e fazer uma cara enigmaticamente feia ao saber que sou de Leão).
Esse tipo de discussão encerra um grande problema pra mim. Por um lado, tento manter uma visão holística do mundo, com todos os seus componentes interligados e interagindo, o que admite de forma muito natural (embora, talvez, não racional) a influência dos astros sobre a vida da gente. Só que é difícil conciliar isso com minha concepção de que somos nós quem devemos construir nosso Destino, e que este é fruto de nossas escolhas. Destino é uma idéia platônica demais para ser engolida numa boa. (Idéia platônica chega a ser um pleonasmo pior do que ar poluído...hum, tá bom, foi apenas uma observação pouco pertinente).
Até reconheço que o perfil traçado pela astrologia para cada signo costuma coincidir (sem juízos de valor em relação ao verbo utilizado, okay?) com o perfil das pessoas. Mas daí eu lembro daquela sacada genial dum grande amigo meu: “Humpf...horóscopo...como se só existissem doze tipos de pessoas...”. Tenho que reconhecer a força do argumento dele. Mas talvez haja um meio termo que nos possibilite conciliar as opiniões. Quem sabe se nós considerarmos os 12 signos como tipos puros...tipos ideais mesmo, ou como diria um outro professor, “um instrumental tecnológico que nos serve de ferramental para analisar as situações reais” (juristas e suas teorias para complicar o simples – custava simplesmente dizer que era uma abstração a partir da realidade? Acho que ainda assim está meio complicado, mas voltando...) possamos dizer que existem até mesmo tipos secundários, amálgamas da tipologia padrão.
Nisso eu me encaixo melhor. Tô ali, no último dia de Leão. Quase nasci sob Virgem. Mais pra lá do que pra cá. Saiu isso...alguém que adora ser notado, como típico leonino, mas que, paradoxalmente, é introvertido e fica tímido nas situações em que é notado – como um bom virginiano – . Ora, nada mais difícil de harmonizar do que esses dois caracteres tão discrepantes da minha personalidade, e que tantos problemas costumam me trazer.
Mas essa realidade, com a qual eu admito concordar em parte, só diz respeito ao psicológico dos indivíduos de determinado signo. E quanto às previsões? Será que realmente os acontecimentos estão dispostos numa ordem legível nas estrelas – coisa que eu insisto em não acreditar – ou a sorte não passa mesmo de uma grande roda em que um dia você está por cima e, no outro, está na pior (idéia presente tanto nos Carmina Burana quanto em qualquer música de corno por aí - sem ofensa aos cornos, é claro)?
O que torna uma ciência exata não é o fato de ela nunca falhar, e sim conseguir estabelecer uma margem de erro para seus prognósticos. Imagino que, no que toca à astrologia, apontar as próprias possibilidades de falhar está fora de questão, pois poderia ser um recurso à vagueza para impedir que as previsões fossem refutadas.
No fim das contas, pode ser que Shakespeare – aquele mesmo, o que entendeu tão bem a alma das pessoas de qualquer tempo sem precisar verificar o alinhamento dos planetas para tal – tenha mesmo razão quando escreveu, há não tão exatos quatrocentos anos, que há muito mais entre o céu e a terra do que supõe nossa filosofia. Por mais que se pense a respeito, qualquer conclusão não vai passar disso: suposição.

Notas ao rodapé:
1- Como se sabe, a sorte de hoje reproduzida no começo do texto saiu no famigerado horóscopo do orkut. Um dia falarei mais sobre ele.